quinta-feira, 18 de dezembro de 2008
Boca
Boca é entrada,
Chave de todos os recatos
Gosto, no rosto, de todos os sabores
Medo, no seio, de todos os pudores
Vício, no cio, de todos os pecados
Boca é surpresa
Caixa mágica de todos os delírios
Arrepio, no toque, das carnes trêmulas
Desafio, no começo, dos recantos escondidos
Procura, no escuro, de todos os resquícios
Boca é jazigo
Túmulo inviolável das individualidades
Selo, na saliva, dos fluidos pessoais
Lacre, na mordida, das marcas digitais
Sacro, na súplica, da saciedade
Boca é sedução
É a fonte de todos os desejos
Sexo, animal, de dentes afiados
Carne, sensual, de ventres inflamados.
Amor, integral, que revive a cada beijo.
Lílian Maial
segunda-feira, 15 de dezembro de 2008
Soneto de Amor
Não me peças palavras, nem baladas
Nem expressões, nem Alma… Abre-me o seio,
Deixa cair as pálpebras pesadas
E entre os seios me apertes sem receio.
Na tua boca sob a minha, ao meio
Nossas línguas se busquem, desvairadas
E que os meus flancos nus vibrem no enleio
Das tuas pernas ágeis e delgadas.
E em duas bocas uma língua… unidos
Nós trocaremos beijos e gemidos
Sentindo nosso sangue misturar-se.
Depois… abre os teus olhos, minha amada
Enterra-os bem nos meus; não digas nada…
Deixa a Vida exprimir-se sem disfarce!
José Régio
quarta-feira, 10 de dezembro de 2008
Afectos
Teus olhos são pedras preciosas
teus afectos são ondas do mar
teus lábios aquarelas de poesia
teu sorriso um verso invulgar...
Teu colo onde adormeço
tuas mãos me vão embalar
teus braços onde me aqueço
teu coração me vai acarinhar
Teu beijo doce como o mel
teu olhar tremeluzente
teu cheiro a perfume cacharel
tocar-te é um delírio constante...!!!
Graça Grega
quarta-feira, 3 de dezembro de 2008
Saudade
segunda-feira, 17 de novembro de 2008
Respiro o teu corpo
terça-feira, 11 de novembro de 2008
Maçãs verdes suculentas
quinta-feira, 6 de novembro de 2008
Amo como ama o amor...
terça-feira, 28 de outubro de 2008
Ternura
Desvio dos teus ombros o lençol,
que é feito de ternura amarrotada,
da frescura que vem depois do sol,
quando depois do sol não vem mais nada...
Olho a roupa no chão: que tempestade!
Há restos de ternura pelo meio,
como vultos perdidos na cidade
onde uma tempestade sobreveio...
Começas a vestir-te, lentamente,
e é ternura também que vou vestindo,
para enfrentar lá fora aquela gente
que da nossa ternura anda sorrindo...
Mas ninguém sonha a pressa com que nós
a despimos assim que estamos sós!.
David Mourão Ferreira
terça-feira, 14 de outubro de 2008
domingo, 12 de outubro de 2008
Seio de Virgem
O que eu sonho noite e dia,
O que me dá poesia
E me torna a vida bela,
O que num brando roçar
Faz meu peito se agitar,
E o teu seio, donzela!
Oh! quem pintara o cetim
Desses limões de marfim,
Os leves cerúleos veios
Na brancura deslumbrante
E o tremido de teus seios?
Quando os vejo, de paixão
Sinto pruridos na mão
De os apalpar e conter...
Sorriste do meu desejo?
Loucura! bastava um beijo
Para neles se morrer!
Álvares de Azevedo
segunda-feira, 29 de setembro de 2008
O Desejo
segunda-feira, 22 de setembro de 2008
Outonais
No meu peito alvo, de neve,
as claras pétalas dos teus dedos,
finas e alongadas,
tombaram como rosas desfolhadas
à luz espásmica e fria
deste entardecer...
E o meu corpo sofre,
ébrio de luxúria, um mórbido prazer!
A cor viva dos teus beijos,
meu amor,
prolonga ainda mais o meu tormento,
na trágica dor
deste desvestir loiro e desolado
do Outono...
Repara agora, como o sol morre
num agónico sorrir
doloroso e lento!...
Judith Teixeira
quarta-feira, 10 de setembro de 2008
Eu Ouso a Paixão
Eu ouso a paixão
não a recuso
Escuto os sentidos sem o medo por perto
troco a ternura da rosa
ponho a onda no deserto
A tudo o que é impossível
abro e rasgo o coração
Debaixo coloco a mão
para colher o incerto
Desembuço o amor
no calor da emboscada
infrinjo regras e impeço
Troco o sonho dos deuses
por um pequeno nada
Desobedeço ao preceito
e desarrumo a paixão
Teço e bordo o meu avesso
e desacerto a razão
Maria Teresa Horta
quarta-feira, 6 de agosto de 2008
Com Chocolate
Os corpos com sabor de chocolate
na tarde dos segredos desvendados,
brindavam ao açúcar e ao combate
do amor sobre os lençóis amarrotados.
Palavras de silêncios, no resgate
dos beijos esquecidos nos estrados,
que o tempo despertou para o abate
das rimas solitárias... Sóis passados.
Poética da luz dos novos ventos,
encaixes na perfeita paz do gozo
e os sonhos mergulhados no cremoso
Aroma da canção dos sentimentos.
Hoje, o verso repete em pensamento:
o amor com chocolate é mais gostoso!
Nathan de Castro
quarta-feira, 28 de maio de 2008
A Dança das Línguas
quarta-feira, 2 de abril de 2008
Em Todas As Ruas Te Encontro
Em todas as ruas te encontro
Em todas as ruas te perco
conheço tão bem o teu corpo
sonhei tanto a tua figura
que é de olhos fechados que eu ando
a limitar a tua altura
e bebo a água e sorvo o ar
que te atravessou a cintura
tanto, tão perto, tão real
que o meu corpo se transfigura
e toca o seu próprio elemento
num corpo que já não é seu
num rio que desapareceu
onde um braço teu me procura
Em todas as ruas te encontro
Em todas as ruas te perco
Mário Cesariny
terça-feira, 25 de março de 2008
segunda-feira, 10 de março de 2008
O Nosso Amor
quarta-feira, 20 de fevereiro de 2008
A Língua Lambe
A língua lambe as pétalas vermelhas
da rosa pluriaberta; a língua lavra
certo oculto botão, e vai tecendo
lépidas variações de leves ritmos.
E lambe, lambilonga, lambilenta,
a licorina gruta cabeluda,
e quanto mais lambente, mais ativa,
atinge o céu do céu, entre gemidos,
entre gritos, balidos e rugidos
de leões na floresta, enfurecidos.
Carlos Drummond de Andrade
terça-feira, 22 de janeiro de 2008
Beija-me
Beija-me agora!
Sem pressa e sem demora!
Com ânsia,
com fogo,
Me envolva no seu jogo!
Beija-me
O corpo todo,
Me tira daqui
Me leva pra lá,
Me faça querer mais,
quando tiver que acabar!
Beija-me!
Com ousadia,
Seja levado,
Não se contenha,
Seja atrevido!...
Beija-me!
Mata em mim
Essa louca vontade de você!
Mostra pra mim
Como seria gostoso,
Provar de você....
Letícia Thompson
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