segunda-feira, 15 de dezembro de 2008

Soneto de Amor


Não me peças palavras, nem baladas
Nem expressões, nem Alma… Abre-me o seio,
Deixa cair as pálpebras pesadas
E entre os seios me apertes sem receio.
Na tua boca sob a minha, ao meio
Nossas línguas se busquem, desvairadas
E que os meus flancos nus vibrem no enleio
Das tuas pernas ágeis e delgadas.
E em duas bocas uma língua… unidos
Nós trocaremos beijos e gemidos
Sentindo nosso sangue misturar-se.
Depois… abre os teus olhos, minha amada
Enterra-os bem nos meus; não digas nada…
Deixa a Vida exprimir-se sem disfarce!

José Régio

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